Minha jornada

Minha jornada começou na UTI neonatal, onde testemunhei o início mais frágil da vida. Ali, ao lado de pequenos corações que lutavam para pulsar com força, percebi que muitas daquelas dificuldades poderiam ter sido evitadas se as mães tivessem recebido cuidado, acolhimento e orientação no momento certo.

Mas o que mais me marcou foi descobrir que esse cuidado não começa na gestação. Ele começa muito antes — nos corpos, nas histórias, nos óvulos e espermatozoides que carregam memórias, silenciam dores e guardam potenciais. É como se, anos antes de existir, aquele bebê já fosse anunciado pela saúde emocional, energética e física de seus pais.

Quando comecei a atender em clínica, outro chamado se fez presente. Mulheres que tinham dificuldade de comunicar suas emoções, que engoliam a voz, que silenciavam seus desejos ou viviam com alterações da tireoide… carregavam também dores no ventre. Era como se garganta e útero conversassem — uma revelação profunda sobre o feminino.

Ali entendi que a fertilidade não é apenas biológica. Ela é simbólica. É sobre voz, pertencimento, acolhimento, verdade interna. É sobre conectar coração e útero para que o corpo inteiro possa florescer.

Guiada por essa percepção, mergulhei na Medicina Tradicional Chinesa e na acupuntura em busca de caminhos que honrassem essa complexidade tão humana. Estudei o coração para compreender o útero. Estudei hormônios, pele, ciclos, emoções… para entender como tudo se encontra num mesmo ponto: a vida que deseja nascer.

E hoje, minha missão é essa: ajudar mulheres e homens a resgatarem sua saúde, sua energia e sua verdade — para que possam gerar não apenas bebês, mas também novas versões de si mesmos.

Porque antes de gestar um filho, gestamos a nós mesmos.

“Quando o corpo é ouvido, a vida encontra caminho.”

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